Ana
Alice de Paiva
Andreia da Silva Gonçalves
Gerlane da Cruz Barbosa
Jane Kelly de Assis Lopes
Marcio Laurentino da Silva
Patricia de Souza Ribeiro
Rebeca Santos Domingos
Resumo:
Este
trabalho tem por objetivo descrever/discutir a definição do conceito de
narcisismo desenvolvido por Freud, levando em consideração seu percurso
histórico, sua importância e como o mesmo é utilizado dentro da psicanálise.
Para tanto, foi realizada pesquisa bibliográfica dentro do campo de estudo com
o propósito de ter respaldo e condições de alcançar o cumprimento do nosso
objetivo.
Palavras-chave:
Narcisismo. Conceito. Psicanálise.
1 Introdução
“Êxtase da libido” (FREUD, 1996, p. 38).
Assim, Freud (1996) define a expressão narcisismo, distinguido-a em dois
tipos: o narcisismo primário, que
corresponde a um estado de onipotência infantil anterior a qualquer escolha de
objeto exterior, considerando a criança ser movida pelo seu próprio objeto de
amor; e o narcisismo secundário,
refere-se a um reflexo da libido objetal sobre o ego, convergindo a certos
estados patológicos, como a melancolia, histeria e outros.
Para a psicanálise, o termo Narcisismo representa uma relação com
a sexualidade e tem como principal expoente a teoria Freudiana. No entanto, na
abordagem do presente trabalho contamos com os estudos de Tallaferro (1996);
Fernandes (2002); Garcia-Rosa (2008); Zimerman (2007).
Para
a teoria Freudiana o termo “Narcisismo” é abordado em várias etapas: narcisismo
primário, narcisismo do ego e narcisismo secundário. Conceitos relacionados
entre si que estabelecem proteção ao psiquismo e
integração à imagem corporal, pois investe no corpo e lhe dá dimensões,
proporções e a possibilidade de construção da identidade do Eu.
Temática ampla e complexa
para a psicanálise, o narcisismo ultrapassa o auto-erotismo e fornece a
integração de uma figura positiva e diferenciada do outro.
Diante
dessas prerrogativas, temos por objetivo descrever/discutir o conceito de narcisismo
desenvolvido por Freud (1996) levando em consideração outros estudiosos; o
percurso histórico e suas correlações com a psicanálise.
2 História do conceito
Freud utilizou o termo pela
primeira vez em uma reunião da Sociedade Psicanalítica de Viena em 1909. O
termo narcisismo aparece em seus
escritos, ainda no mesmo ano, em uma nota de rodapé da segunda edição dos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade.
No artigo sobre Leonardo da
Vinci e na análise do caso Schreber, Freud retorna ao conceito. De acordo com
Fernandes (2002, p.11), é certo dizer que no primeiro momento o conceito de narcisismo
é explicado a partir de estudos de casos de homossexualismo especificamente
masculino.
Ao estudar o caso de
Leonardo da Vinci, Freud teria demonstrado que a homossexualidade de Leonardo
seria resultado de uma recordação de infância. Ele teria vivido com a mãe até
os cinco anos, o que causou uma forte ligação. E suas condutas sexuais estavam
ligadas ao objeto de amor que foi definido por sua pulsão sexual, neste caso a
figura materna.
Conforme
Fernandes (2002, p.12), a descoberta da castração teria feito Leonardo regredir
e substituir o amor objetal pela identificação com a mãe. Assim teria
“regredido ao estágio do desenvolvimento onde o ego não se distingue do objeto,
... seus objetos de amor seriam escolhidos de acordo com sua própria imagem
pela via do narcisismo.” .
Até este momento a
explicação do narcisismo estava ligada a escolha de objeto do homossexual. A
partir do Caso ChreberFreud começa a
explicar o papel do desejo homossexual na aquisição da paranoia. Para Freud
tanto Chreber, quanto Leonardo teriam ainda na infância se fixado em uma figura
feminina, neste caso a mãe.
Ao
identificar-se com a mãe Chreber toma a si mesmo como objeto sexual, o que mais
a diante o levaria a tomar como objeto outros homens que se pareciam com ele.
Assim os sintomas paranóicos teriam surgido como uma negação ou defesa contra
os desejos homossexuais. O mecanismo de projeção também seria importante no
surgimento dos sintomas paranóicos.
Na formação do sintoma da paranoia é chamativo, sobre
tudo, aquele traço que merece o título de projeção. Uma percepção interna é sufocada,
e como substituto dela advém à consciência, seu conteúdo, logo que experimenta
certa desfiguração, como uma percepção de fora. No delírio de perversão, a
desfiguração consiste numa mudança de afeto; o que estava destinado a ser
sentido dentro como amor é percebido como ódio do que está fora (MOZANI, 1989
apud FERNANDES 2002, p. 15).
Garcia-Rosa (2008), diz “que
nos Três ensaios” Freud caracteriza o
auto-erotismocomo um estado original da sexualidade infantil, anterior ao
narcisismo”. No auto-erotismo não é necessário um objeto externo para
satisfazer a pulsão sexual, pois seria encontrada no próprio corpo.
Antes do artigo de 1914, Introdução ao narcisismo, o conceito de
narcisismo era entendido como perversão. Segundo Garcia-Rosa (2008):
...a partir do texto sobre o narcisismo, deixa de ser
concebido como perversão e passa a ser apontado como forma necessária de
constituição da subjetividade. O narcisismo é condição de formação do eu,
chegando mesmo a se confundir com o próprio eu. (GARCIA-ROSA, 2008, p.42)
A
introdução do conceito de narcisismo resultou em mudanças na teoria
psicanalítica. Retomada de alguns conceitos e o surgimento de outro, como os de
libido egóica ou narcisista e libido objetal.
3 O conceito de narcisismo
O narcisismo seria uma
torção do eu, quando o eu toma o lugar do objeto sexual e se faz amar e desejar
pela pulsão sexual. Ele passa a ser o próprio objeto. O eu pulsão sexual ama o
eu objeto sexual, ama a si mesmo.
Para
tentarmos entender melhor segue o mito narrado por Cabral, in Estória de Narciso e Eco:
Conta-se que, certa vez,
Narciso passeava nos bosques. Perto dali, a ninfa ECO, que era uma tagarela
incorrigível, acompanhava-o, admirando sua beleza, mas sem deixar que a
notasse. Eco, em virtude de sua tagarelice, foi punida por Hera, esposa de
Zeus, para que sempre repetisse os últimos sons que ouvisse (por isso, na
física, chamamos de eco a reverberação do som). Por sua vez, Narciso,
suspeitando de que estava sendo seguido, perguntou: “quem está aí?”. E ouviu:
“Alguém aí?” Então, ele gritou novamente: “Por que foges de mim?”. E ouviu
“foges de mim”. Até dizer “Juntemo-nos aqui” e ter como resposta “juntemo-nos
aqui”. Toda essa repetição acabou deixando Narciso angustiado por desejar amar
algo que não poderia ver.
Dessa forma, Narciso
entristeceu-se e foi à beira de um lago, onde, de modo surpreendente,
deparou-se com sua imagem nos reflexos da água. Como nunca antes havia se
olhado (pois sua mãe foi recomendada a não permitir que isso ocorresse),
enamorou-se perdidamente, acreditando ser a pessoa com quem estava
“dialogando”. Por isso, tentou buscar incessantemente o seu reflexo, imergindo
nas águas nesse intento, mas acabou morrendo afogado. A ninfa Eco sentiu-se
culpada e transformou-se em um rochedo, vivendo a emitir os últimos sons que
ouve. Do fundo da lagoa, surgiu a flor que recebeu o nome de Narciso e tem as
suas características.
No mito podemos observar que o eu pulsão sexual
de narciso ama o eu objeto sexual, que é representação da sua imagem nas águas
da lagoa. A partir do artigo de 1914, o narcisismo passa a ser
entendido como uma forma necessária para a formação da subjetividade. É a
partir da segunda tópica de Freud que ocorre a distinção entre narcisismo primário e narcisismo secundário.
A
princípio, o narcisismo primário parece ser uma fase entre o autoerotismo e o narcisismo
secundário. De acordo com Fernandes (2002, p.27), o narcisismo primário “seria
um momento normal do desenvolvimento que serviria como ponto de fixação para
onde a regride libido”. Enquanto o narcisismo secundário, “designaria um
retorno da libido ao ego após ter investido objetos externos.”
4 O caráter Fálico-narcísico
O conhecimento do caráter é
importante para a análise do comportamento. Tallaferro (1996, p.189), afirma
que “o caráter é uma modificação crônica do ego, que pode denominar-se endurecimento, no sentido de que é uma
proteção contra perigos internos e externos”.
Dentre os diversos tipos de
caráter classificados pela psicanálise o que nos interessa é o caráter fálico-narcísico.
Este é seguro de si, pode ser em alguns momentos arrogante, elástico, forte e
com frequência prepotente e imponente.
Conforme Tallaferro (1996,
p. 206), a conduta de um fálico-narcísico é prepotente, deliberada e
arrogantemente agressiva. Pessoas assim costumam evitar um possível ataque com
um ataque antecipado, diante de qualquer arranhão a sua vaidade reagem com um
mau humor, um bloqueio ou uma agressão. Apesar disso tendem a ter posições respeitáveis,
e suportam mesmo que com dificuldade situações de subordinação.
Zimerman (1999,p.155), aponta
alguns aspectos para prática analítica para pacientes com posição narcisista,
“Todo e qualquer paciente é portador de algum aspecto da posição narcisista”, é
necessário uma análise profunda. Para esses pacientes o desamparo caracteriza
uma ferida narcisista. É importante como o analista vai trabalhar o problema
das frustações.
Ele
apresenta a classificação em dois tipos de narcisistas, o de “pele fina” que
são supersensíveis e os de “pele grossa” que são arrogantes e procuram trocar
de lugar com o analista. A comunicação e a linguagem pode ser um problema, pela
frequência em que a linguagem não verbal pode ser empregada.
E
a resistência que os pacientes podem apresentar, existe a possibilidade de
abandono, de formação de impasses e uma análise de faz de conta. E analista
pode se deparar com casos em que o paciente procura o analista para provar que
não precisa da terapia.
5 O narcisismo primário
Narcisismo não é igual a auto-erotismo, pois uma unidade
comparável ao ego não existe desde o início, ele tem que ser desenvolvido; os
instintos auto-eróticos se encontram desde o início.
Dessa forma, Freud (1996) postula que um ser humano tem
originalmente dois objetos sexuais – ele próprio e a mulher que cuida dele – o
que leva a considerações de um narcisismo primário em todos, o qual, em alguns
casos, pode manifestar-se de forma dominante em sua escolha objetal.
Freud (1996) diz que o grande encanto de uma criança reside em
grande medida em seu narcisismo, seu auto-contentamento e
inacessibilidade. Para Freud (1996) o desenvolvimento do ego consiste em
um afastamento do narcisismo primário e dá margem a uma vigorosa tentativa de
recuperação desse estado. Esse afastamento é ocasionado pelo deslocamento da
libido em direção a um ideal do ego imposta de fora, sendo a satisfação
provocada pela realização desse ideal.
Le Poulichet (1997, p.57)
diz que o que vem a perturbar o narcisismo primário é o Complexo de Castração.
É através dele que se opera o reconhecimento de uma incompletude que desperta o
desejo de recuperar a perfeição narcisista. O narcisismo secundário se define
como o investimento libidinal da imagem do eu, sendo essa imagem constituída
pelas identificações do eu com as imagens dos objetos.
6
Narcisismo Secundário
De acordo com Fernandes (2002, p. 27)
o narcisismo secundário designaria um retorno da libido ao ego após ter investido
objetos externo, de forma que a conduta narcísica se daria porque os
investimentos libidinais são retirados do mundo exterior e reconduzidos ao ego
introversão da libido.
Neste
momento, as explicações fornecidas por Freud (1996) sobre narcisismo secundário
fazem referência a certos estados extremos de regressão da libido, tal como
ocorre na esquizofrenia: O delírio de grandeza... nasceu às custas da libido de
objeto. A libido subtraída do mundo exterior foi conduzida ao ego, e assim
surgiu uma conduta que podemos chamar narcisismo.
Dessa forma, Fernandes (2002, p. 28)
ressalta que o narcisismo designa também uma estrutura permanente do indivíduo
normal. Permanente porque uma “dose” de narcisismo sempre estaria presente no
sujeito, devido à ligação entre narcisismo e pulsão de autoconservação. A
admissão desta ligação faz menção ao ponto de vista assumido por Freud (1996) na
segunda tópica quando coloca a libido e a pulsão de autoconservação do mesmo
lado como pulsões de vida.
7
O narcisismo e a constituição da noção de “EU”
Num primeiro momento, o ego (eu) para Freud (1996, p. 92) era o
ego (eu) da psicologia corrente. Assim, propôs a constituição do ego (eu) a
partir de ser ele o objeto da pulsão. O narcisismo seria o momento organizador
das pulsões parciais, permitindo a passagem do auto-erotismo para o
investimento libidinal de um objeto exterior.
Em Freud (1996) o Eu (ego)
não existe desde de o início, deve se constituir através de um ato pelo qual o
eu identifica-se com a imagem de seu corpo, imagem que assume como sua, e mais
ainda, como sendo ele próprio (ELIA, 1995).
Embora o bebê não tenha condições neurológicas para dominar a
organização de seu esquema corporal (ainda não pode coordenar seus movimentos)
pode reconhecer-se no espelho. O conhecimento, a organização do próprio corpo,
vem do exterior. Leite (1992) diz que haverá uma primazia, uma antecipação do
psicológico sobre o fisiológico, e é assim que se constituirá a estrutura do
sujeito humano.
Elia (1995) diz que é contra o estilo freudiano a tradução de Ich
por Ego, e porta as marcas do positivismo cientificista na linguagem. Iché
“Eu”, e o sentido que ele assumirá em Freud será devido à subversão de seu
sentido na teoria e não ao uso de uma palavra incomum.
Antes da Introdução do Narcisismo o “EU” é uma massa ideacional
consciente cujo principal objetivo é conservar a vida e reunir o conjunto de
forças que, no psiquismo, se opõe à sexualidade (ELIA, 1995). É a sede das
pulsões de auto-conservação (pulsões de vida) e é o pólo defensivo do
psiquismo, interessado em conservar a vida.
Mas desde as Neuropsicoses de Defesa, com a ênfase do conceito de
defesa (ato e função do eu), Freud (1996) rompe com a concepção neurologizante
e passiva do eu. Elia (1995) diz que por essa relação com a conservação da vida
(com afastamento/oposição ao sexual) a noção de Eu está aprisionada ao discurso
psicobiológico.
Freud (1996) ainda não
havia elaborado uma teoria do eu consistente, que o concebesse a partir de uma
perspectiva rigorosamente pulsional, de forma que antes do conceito de
narcisismo o Eu estava situado diante dos investimentos pulsionais (uma pulsão
sexual, sem sujeito, oriunda do inconsciente), defendendo-se, recalcando,
produzindo e administrando conflitos, mas não entrava enquanto instancia
subjetiva, como efeito do circuito pulsional.
Com a introdução do
narcisismo anuncia-se o risco da totalização da pulsão na esfera do sexual. A
libido é sempre sexual, consistindo o narcisismo precisamente na sexualização
do Eu, sua erotização. Mas para Freud o sexual é não-todo. O narcisismo
destitui o estatuto pulsional das pulsões do Eu ou de auto-conservação.
Freud (1996) chega ao questionamento da necessidade de diferenciar
uma libido sexual de uma energia não-sexual das pulsões do Eu, se o Eu tem um
investimento primário da libido. Freud ficou diante do que fazer com as antigas
pulsões (não-sexuais) do Eu, de autoconservação.
Elia (1992) lembra que
diluir os interesses egóicos e autoconservadores do Eu na libido narcísica
equivaleria a totalizar a experiência subjetiva em torno do sexual, excluindo
da teoria o que escapa a significação sexual.
Elia (1992) enuncia que a posição teórico-clínica e ética de Freud
sobre a sexualidade pode ser resumida em duas proposições complementares: (1) A
sexualidade para a psicanálise é absoluta; (2) A sexualidade para a psicanálise
é não-toda (não diz todo o sujeito).
Com a introdução do
narcisismo Freud altera seu esquema pulsional anterior, postula a existência de
uma só pulsão, a pulsão sexual, a libido, que passa a ter o Eu como uma de suas
localizações possíveis.
Elia (1992) lembra que agora também o Eu é um dos alvos da libido,
tanto quanto os demais objetos, mas não do mesmo modo. O Eu é irredutível ao
mundo dos demais objetos e assume a força suficiente para constituir uma libido
de natureza distinta, a que Freud dá o nome de libido narcísica. Não há assim,
uma só libido e dois pólos de investimento (o Eu e os objetos), há duas
libidos: o Eu, de um lado, constituindo a libido narcísica; e os outros
objetos, do outro, constituindo a libido objetal.
Em 1920, Freud (1996) introduz o “Além do princípio do prazer”.
Nessa obra ele estabelece uma nova teoria pulsional, a dualidade entre pulsões
sexuais (ou Eros, ou pulsões de vida) e pulsões de morte (Thanatos, pulsão de
destruição). As pulsões de auto-conservação são subsumidas pelas pulsões de
morte, como pulsão parcial dessas últimas na medida em que o esforço do Eu para
viver não terá outro objetivo se não o de garantir que venha a morrer.
Elia (1992) diz que a
pulsão de morte define é o para além da sexualidade e do princípio do prazer.
Ele diz que trata-se de afirmar a exclusividade do sexual, mas ao mesmo tempo
circunscrevê-lo impedindo sua plenificação.
8 Relação do Narcisismo com a Clínica
O narcisismo na clínica pode ser tratado como um
transtorno de personalidade. Quem sofre deste transtorno tende a se preocupar
obsessivamente com a maneira com que os outros o enxergam e com os aspectos que
possam influir de algum modo na percepção da sua imagem, tais como: poder,
prestígio e vaidade.
O diagnóstico raramente acontece e uma dificuldade é que essa patologia acontece de forma simultânea com outros transtornos de personalidade.
Parte das pessoas que tem esse transtorno demonstram um comportamento centrado, com pouca empatia, possível megalomania, demanda por atenção, inveja e crença de ser invejado.
Em relação ás causas do transtorno, ainda é desconhecida, no entanto, listam-se fatores identificados por vários pesquisadores que pode contribuir para tal condição. Sendo: Abuso emocional severo durante a infância, diminuição excessiva por parte dos pais, a ponto da criança perder a conexão com a realidade, temperamento de nascença muito sensível e criança muito mimada.
O diagnóstico raramente acontece e uma dificuldade é que essa patologia acontece de forma simultânea com outros transtornos de personalidade.
Parte das pessoas que tem esse transtorno demonstram um comportamento centrado, com pouca empatia, possível megalomania, demanda por atenção, inveja e crença de ser invejado.
Em relação ás causas do transtorno, ainda é desconhecida, no entanto, listam-se fatores identificados por vários pesquisadores que pode contribuir para tal condição. Sendo: Abuso emocional severo durante a infância, diminuição excessiva por parte dos pais, a ponto da criança perder a conexão com a realidade, temperamento de nascença muito sensível e criança muito mimada.
9 Critérios
Diagnósticos para F60.8 - 301.81 Transtorno da Personalidade Narcisista
Para diagnosticarmos o Transtorno de Personalidade
Narcisista temos que considerar pelo menos cinco dos seguintes critérios:
(1) sentimento grandioso da própria importância
(por ex., exagera realizações e talentos, espera ser reconhecido como superior
sem realizações comensuráveis)
(2) preocupação com fantasias de ilimitado sucesso, poder, inteligência, beleza ou amor ideal
(3) crença de ser "especial" e único e de que somente pode ser compreendido ou deve associar-se a outras pessoas (ou instituições) especiais ou de condição elevada
(4) exigência de admiração excessiva
(5) sentimento de intitulação, ou seja, possui expectativas irracionais de receber um tratamento especialmente favorável ou obediência automática às suas expectativas
(6) é explorador em relacionamentos interpessoais, isto é, tira vantagem de outros para atingir seus próprios objetivos
(7) ausência de empatia: reluta em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos e necessidades alheias
(8) freqüentemente sente inveja de outras pessoas ou acredita ser alvo da inveja alheia
(9) comportamentos e atitudes arrogantes e insolentes;
(2) preocupação com fantasias de ilimitado sucesso, poder, inteligência, beleza ou amor ideal
(3) crença de ser "especial" e único e de que somente pode ser compreendido ou deve associar-se a outras pessoas (ou instituições) especiais ou de condição elevada
(4) exigência de admiração excessiva
(5) sentimento de intitulação, ou seja, possui expectativas irracionais de receber um tratamento especialmente favorável ou obediência automática às suas expectativas
(6) é explorador em relacionamentos interpessoais, isto é, tira vantagem de outros para atingir seus próprios objetivos
(7) ausência de empatia: reluta em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos e necessidades alheias
(8) freqüentemente sente inveja de outras pessoas ou acredita ser alvo da inveja alheia
(9) comportamentos e atitudes arrogantes e insolentes;
Considerações finais
Diante do exposto,
concluímos que a teoria narcisista, desenvolvida por Freud, compõe campo
temático fecundo para os estudos da psicanálise, uma vez que contribui para a análise
e formação da identidade do eu.
Sendo que, os instintos
sexuais surgem do ego e só depois é que são ligados à satisfação dos instintos
do ego, e mais na frente unem-se a partir do fato de que os primeiros objetos
sexuais de uma criança são as pessoas que cuidam dela.
Essa
construção da identidade do eu, sob a ótica do narcisismo, é extremamente
relevante para a análise e superação de estados patológicos como: melancolia e
histeria.
Referências:
FREUD, S. Obras Completas.
Edição Standard Brasileira. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
FERNADES, Elisângela
Barboza. Narcisismo. Monografia. São
Carlos, 2002.
GARCIA-ROSA, LUIZ Alfredo. Introdução à Metapsicologia Freudiana, v.3.
-7. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008.
NASIO, Juan-David. O prazer em ler Freud. Tradução, Lucy
Magalhães; revisão técnica, Marco Antônio Coutinho Jorge. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar. 1999.
TALLAFERRO, Alberto. Curso básico de psicanalise. Tradução,
Álvaro Cabral. 2.ed. São Paulo: Marins fontes, 1996.
CABRAL,
João Francisco Pereira. "Estória de
Narciso e Eco"; Brasil
Escola. Disponível em
<http://brasilescola.uol.com.br/mitologia/estoria-narciso-eco.htm>.
Acesso em 27 de março de 2016.
Critérios
Diagnósticos para F60.8 - 301.81 Transtorno da Personalidade Narcisista. Disponível em: http://www.psiqweb.med.br/site/DefaultLimpo.aspx?area=ES/VerClassificacoes&idZClassificacoes=217. Acesso em 27 de março de 2016.
ZIMERMAN, David E. fundamentos psicanalíticos [recurso
eletrônico] : teoria, técnica e clínica: uma abordagem didática. Porto
Alegre: Artmed, 2007.
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